sábado, 19 de maio de 2012

E o assunto é cerveja

Sim, após todo esse tempo, bebi algumas cervejas marcantes, sobre as quais vale a pena tecer alguns pormenores, só para ficar em um leve pedantismo (ah, leia O Pedante na Cozinha, divertido e saboroso).




Começarei com a última cerveja que tomei, da cervejaria escocesa Harviestoun: a Ola Dubh (óleo negro), uma Stout (torrada, escura, alta fermentação), armazenada em barris de carvalho do whisky 18 anos Highland Park, single malt de Orkney. Essa cerveja é feita com trigo, cevada e outros grãos. Caramelada, com excelente torrefação (para quem gosta), um creme todo especial e bem complexa na boca. O teor alcoólico, de 8 graus, não incomoda, mas o preço sim... Estas foram as impressões que anotei enquanto a tomava: "torrado, maltado, defumado, amargo, cremoso, caramelo salgado, âmbar escuro, não frutado, final levemente doce".


Experimentei também a alemã Einbecker, uma bock superior com um tom âmbar escuro. O malte predomina e a cerveja tem leves notas frutadas. Creio que cairia bem com pratos com condimentos simples e frutos do mar.










Tomei também uma dark ale chamada Old Peculiar, da cervejaria Theakston. Nada marcante. O legal é que ela patrocina um festival de literatura, o Old Peculiar Crime Writing Festival, em Harrogate, na Inglaterra. Cada garrafa da ceveja vem com um microconto com 10 palavras. O meu era Dark House, por Simon Kernick: "Picked off one by one. Four... Three... Two. It's You". 




Agora vem a menina de ouro. Adoro cervejas de trigo. Elas são encorpadas, mas leves, frutadas, com personalidade. MInha namorada escolheu uma cerveja de trigo da Schneider Weisse, a TAP 5. Existem a TAP 3, a TAP 0 etc., creio que seja pelo teor alcoólico... mas chega de digressões. Essa foi um teste às cegas. Primeiro eu senti um aroma de calda de abacaxi. Após experimentar, o lúpulo desceu nas papilas, e o frescor do malte de trigo completou o sabor. A cerveja é bem frutada, mas tem um amargor complexo e com perfeito balanço. Olha, foi uma das melhores... O atendente da cervejaria disse que ela não era lupulada e estava mais para o caramelo. Eu disse, olha, você pode estar certo, mas eu tô sentindo isso. Pedi, enfim, para dar uma olhada na garrafa, e o que havia escrito: Hopfenweisse Weizendoppelbock. Em bom português (no selo da importadora: cerveja com notas de abacaxi, lúpulo - HOP -, notas de caramelo e amargor acentuado). Que orgulho, viu. É bom saber que, caso eu queira fazer um curso sobre cervejas, estarei no local certo. Neste mesmo dia também tomamos a Medieval, uma red ale nacional. Eu apenas a menciono porque está na foto, pois não valeu o que pagamos. O amargor tá todo errado, com uma acidez que incomoda em vez de acrescentar sabores complexos.


Bom, leitores, espero que gostem e que divulguem.