terça-feira, 23 de novembro de 2010

Atum grelhado ao molho tartare rouge

O último sábado foi um dia de compras e experimentação.


Tudo em nome do romance.


Arrisquei-me novamente na cozinha para o preparo de um prato nunca antes feito (não nesta encarnação).


Peguei uma receita do Claude Troigros (um mestre da simpatia e da culinária), mas fiz pequenas adaptações.


Aqui disponho a receita didaticamente, no estilo do Menu Confiança, pois esse foi um jeito simples e eficiente de acompanhar o passo-a-passo da realização.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"Um Banquete para a Nova Bulgária"



A FreePorto convida, e eu repasso. Ah, a reserva tem de ser feita. O valor é de R$ 35,00 por pessoa e a casa aceita cartões.


Amigos!

Como parte das ações da FreePorto e das provocações neobúlgaras, estamos organizando no Restaurante Banquete, na Rua do Lima, um menu de degustação da Nova Bulgária.

Durante a degustação nós, do Urros, contaremos a 'história' de cada prato, criada também a partir dos sabores que os chefs do Banquente nos brindaram com suas criações originais. Quem quiser fazer as reservas, telefone para o Banquete que eles dão mais informações.

Será a única oportunidade de provarem os sabores desse maravilhoso país: um menu pensado exclusivamente a partir do universo que todos vocês estão ajudando a criar. Só haverá espaço para 30 pessoas, então, façam suas reservas. Abaixo segue o release.

Esperamos vocês por lá! 

Wellington de Melo

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Um banquete para a Nova Bulgária
FreePorto inventa culinária de seu país imaginário e convida leitores e escritores para degustá-la
 
Levando a outro patamar a ideia de misturar literatura e gastronomia, a organização da FreePorto, em parceria com o restaurante Banquete promove, no dia 23/11 um menu de degustação do país imaginário criado pelo grupo Urros Masculinos para a festa literária, que acontece entre os dias 3 e 5 de dezembro. A proposta da FreePorto deste ano é misturar realidade e ficção, tomando como inspiração o livro O púcaro búlgaro, do escritor mineiro Campos de Carvalho, que é homenageado da festa. O grupo Urros Masculinos (Artur Rogério, Bruno Piffardini e Wellington de Melo) rebatizou o Bairro do Recife de Nova Bulgária, dividiu o país em 13 províncias e convidou escritores para compor um governo imaginário. Entre os nomes de 'governadores' estão escritores como Marcelino Freire, Ronaldo Correia de Brito, Raimundo Carrero e Lucila Nogueira. "A ideia foi criar uma república anti-platônica. Como Platão colocou os poetas para fora de sua República, colocamos para dentro de novo!", explica Bruno Piffardini.
 
MENU NEOBÚLGARO - A ação no Espaço Cultural Banquete foi feita pelos membros do Urros e os chefs João Salles, Renan Yamashita, Renata Oliveira e Jonas Figueiredo. A ideia foi criar um menu de degustação com quatro pratos inspirados no universo da Nova Bulgária, homenageando as províncias neobúlgaras. Os gourmets de plantão poderão provar, essa única vez, um menu contemporâneo criado exclusivamente para o evento e que terá sua 'história' criada pelos integrantes do Urros. "Queremos misturar, efetivamente, literatura e gastronomia, criando uma história para cada prato a partir do sabor que eles nos proporcionam e que, por sua vez foram criados a partir de nosso universo ficcional. Intersemiose total!", esclarece Wellington de Melo. As reservas devem ser feitas com antecedência. No dia do menu estarão expostos cartazes com a história de cada prato do menu.
 
SERVIÇO:
Um banquete para a Nova Bulgária
DATA: 23/11
LOCAL: Restaurante Banquete, Rua do Lima, 195 - Santo Amaro
RESERVAS: 3423-9427

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"A arte de cozinhar" 01

Semana passada estive em uma simpática casa. Lá é a sede do Instituto Sois – uma ONG de ajuda humanitária que se preocupa em ensinar além de salvar. À noite, de quinta a sábado, funciona, no espaço, o restaurante conhecido como Kovacic. É por meio da renda do restaurante que o múltiplo Cláudio Kovacic financia seus projetos sociais.

[O restaurante é um espaço alternativo, não no sentido pós-moderno, e sim porque parece fora da realidade... (temo que o post sobre a degustação dos pratos e as errâncias culinárias ficará para depois, porque, creio, voltarei lá em breve – a reserva já foi feita)]

Cláudio encontrou uma maneira de homenagear as pessoas que são importantes para o Instituto Sois: elaborou um cardápio elaborado em Sete Dons Divinos.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Por trás dos muros (01)

No fim de semana passado, estive em um café e em um bistrot que, creio, se valorizam e se vendem pelo clima intimista e pela boa culinária.


Ambos ficam em Casa Forte, a menos de quinhentos metros um do outro.


O primeiro é o Provence, fica pouco antes das Ubaias, em direção a Apipucos. Uma casa bonita, e simples, difícil de ser identificada porque não há placa (e a Prefeitura restringiu esse tipo de sinalização), mas sim estratégicas mesas bem iluminadas em uma varanda que dá para a calçada. A iluminação é um destaque. O ambiente é quase todo em tons bege e creme, com toque de marrom escuro, para chamar atenção às guloseimas expostas na parte interna da casa. Lá, após uma pequena porta, há um espaço para recreação infantil, com videogame e uma gigantesca televisão LCD, a fim de que os rebentos possam deixar os pais em um momento mais romântico.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Tempero vivo

Fui ao Ostreiro, em Boa Viagem, com uma amiga. Queríamos tomar um bom chopp e discutir relações que não a nossa.

Passamos por um aquário - destaco a limpeza e a renovação constante do oxigênio - repleto de ostras. "Hmmm, bom, faz tempo que não como ostras, hein?", pensei. Ora, estava no O-s-t-r-e-i-r-o, era dia de aproveitar.

Começamos pelo chopp, que não nos decepcionou.

O cardápio, com visualização rápida, nos efereceu inúmeros quitutes oceânicos. O primeiro, uma casquinha de caranguejo. Casquinha não. Justiça seja feita, a porção é servida dentro de uma conha de vieira (pensou no símbolo da Shell, acertou). Delícia. Não sei como se prepara, mas os temperos estavam excelentes. Picante na medida certa.

Enquanto eu estava ao telefone com Adriana (um dos seis seguidores deste blog), chegaram as ostras. Atendimento personalizado, um rapaz com luva de aço inoxidável, faca com lâmina apropriada para abrir as conchas, limão em punho. Perfeito. As ostras estavam frescas, retorciam-se com a aplicação do limão, mas o ostreiro - o dito cujo do rapaz com mão de aço - insistia em aplicar sal na minha ostra. Não, caro colega, para mim é sem sal.

De imediato senti a diferença. O sal, em uma ostra que já vem de um tanque de água salgada, reforça na ostra um gosto de maresia que, creio, você não vai querer sentir.

Tudo bem, pus umas gotinhas de pimenta para aplacar a dor.

Chegou o arremate: um púcaro repleto de Sururu ao Coco. Delicioso. O dendê estava no ponto, o cominho era uma levíssima lembrança, e o sururu foi muito bem tratado. A nota dissonante foi o coentro. Muito coentro é como uma pessoa interessante e atraente que começa a grudar em você...

Fomos muito bem atendidos no Ostreiro. Os garçons são muito atenciosos, sempre a postos e com boas sugestões. A decoração é bonita, mas segue o padrão "Boteco way of bar" (bom, não sei se os donos são os mesmos); a música e os comensais são, definitivamente, do padrão "Pagode Universitário". 

Preparar uma boa comida com temperos simples é um desafio, uma arte a ser dominada. Sal e pimenta-do-reino (quer coisa mais básica) "a gosto" é uma particularidade de quem cozinha. A medida está na mão do cozinheiro, a sensibilidade em seu paladar e olfato. Gosto todos temos. Sei que há pessoas que adoram um prato abarrotado de coentro, cominho, alho etc. A diferença está, como dito há pouco, na sensibilidade, no desenvolvimento desses sentidos tão ligados à boa mesa. Há sempre um momento de dizer "chega".

(outra nota dissonante, que arrematou com bom humor aquela noite: minha amiga tomou um susto quando viu uma ostra se mexer dentro do aquário. "Elas estão vivas?")