segunda-feira, 27 de junho de 2016

Three kinds of you

Há pessoas que, quando o contentamento não lhes é presente, parecem estar sempre irritadas; com um gancho a suspender suas testas; um humor sarcástico fora de contexto; ou apenas um olhar vago, mas cheio de interrogações.

Há pessoas que são como aquelas estrelas a orbitar buracos negros: irradiam sua luz e exercem um imenso poder de atração.

Algumas têm na autoridade o buraco da fechadura. Melhor, a combinação de um cofre. Não adianta a força bruta, métodos de invasão sofisticados, pois isso, com maior ou menor grau de pressão, tornará o depósito inútil. Apenas a senha correta dará acesso ao interior sem danificar o objeto.

Engana-se quem pensa que as primeiras são egoístas ou misantropas. A alegria que elas irradiam é genuína, e não é só por elas: têm no prazer do outro uma satisfação plena, retumbante. Estão a escrutinar o ambiente, vagam sobre as coisas, as pessoas, atentas, antenadas, e não admitem falsidade ou corrupção.

As segundas tendem a se irritar quando o “objeto” de sua interação muda o foco. A gravidade é inexorável, e, mesmo sem ter consciência do seu próprio brilho, acreditam que essa luz, venha ela de onde vier, é eterna.

As últimas aprenderão que a vida em sociedade cria barreiras, normas, limites que visam facilitar uma melhor convivência. O tempo passa e o cofre sofrendo a ação natural dessa passagem. Muitas combinações erradas ativarão mecanismos de segurança, e algumas vezes tentarão invadi-lo à força, com ou sem sucesso. Por vezes, porém, a autoridade será soberana, e a obediência será imposta. É o caso de um filho que não quer ficar preso ao cinto de segurança da cadeirinha do carro. Contra isso não há argumentos.

De alguma maneira, noto que minha filha tem um pouco desses três tipos (os quais já albergam tantos outros...). Ela é muito nova, não tenho como fazer valer, com segurança, o que aqui escrevo. O tempo – que é como a gravidade, nos faz cair no futuro – é quem dirá.

 É a Valentina que eu dedico este texto.

O desafio de Prometeu





Então somos arautos de uma nova era.A singularidade é uma demanda, a e interação humano/máquina cederá espaço para uma intercessão. Que consciência habitará esse… componente(!?)?Um ser capaz de empreender jornadas rumo aos confins do espaço,a viajar por espaçotempos e a residir entre os espaços.A glória!Que glória?Julgo necessidade. Glória é o que se busca por meio do poder,poder que se retroalimenta de sua incapacidade de divisar o futuro,mas que se de domínio presente. Contingente.
Em tempo. Escrevi esse texto e logo após fui assistir a Ex Machina.
Sem relação (aparente).




sábado, 25 de junho de 2016

O grande lance




Eu busco não o significado, que às vezes esconde uma multiplicidade e uma inconstância sazonal, mas antes a essência das coisas. Vivemos sob um manto de afagos externos, máscaras sociais e convenções que por vezes põem termo (ou paralisam) quem verdadeiramente somos. A verdade, porém, é que nem sempre estamos preparados para a verdade. Creio que sejamos aventureiros que a buscam sempre, mas sabemos que a grande jornada é a busca em si. Há mistérios que só são o que são por não serem nada, apenas mistérios. O grande lance é viver os acontecimentos como uma perene descoberta.

E a essência, que significados ela traduz?