E existe amar no mau sentido? Não confunda amor e paixão, atração, maldição! Há amor sem paixão, atração sem paixão, paixão sem amor. Mas se pode amar mal, ah e como se ama, como mal se ama.
Não possuímos a simplicidade das plantas, volúveis e voláteis, levadas pelo vento para germinar quem se encontra pela frente. É uma cópula termal, folhagens balouçantes, ondeantes, raízes se entrelaçando, trepando umas nas outras com muita simplicidade e naturalidade.
Os animais... São os mestres. Fulano é um galinha. A outra, uma piranha. Aquele ali come que nem um coelho. E nós, enganados nesse antropomorfismo discriminatório. Os irracionais são tão simples, sabem o que querem, conhecem os riscos e investem em suas pulsões.
Irracionais ou não, sempre temos de equacionar as pequenas variáveis. Um amontoado de sentimentos, sensações, beliscões e tapinhas de um intercurso cheio de interlúdios. Cheio de contas mal feitas e resultados sem explicações.
Amor, paixão, atração, tudo é um exercício intelectual para nós, humanas criaturas. O sexo selvagem é uma mentira inventada para enganar nossos hormônios, para nos despistar e nos fazer parar de pensar em sexo.
Mas que é bom, é.
E o amor? Filho dos deuses ou criação humana, desgarrada das convenções sociais mais hostis? O amor é fogo, ferida, doença, bálsamo, panaceia. Até agora, isto sim, um grande efeito placebo. O amor é o país dos viajantes perdidos, ninguém voltou para dele falar em definitivo. Há aproximações desalinhadas, conceitos tautológicos, tergiversações de uma má retórica.
Não desista, porém. Quem sou eu para falar sobre o amor?
Mas se o amor se explica, isso revela muita coisa. Fico com Osho quando ele diz que "as explicações são enganosas". E ele diz mais: "O perfeito amor dispensa demonstrações (...) não tem know-how", não precisa ser ensinado.
Não desista, porém. Quem sou eu para falar sobre o amor?
Mas se o amor se explica, isso revela muita coisa. Fico com Osho quando ele diz que "as explicações são enganosas". E ele diz mais: "O perfeito amor dispensa demonstrações (...) não tem know-how", não precisa ser ensinado.
Ame, ache que ame, ame o amor e ame amar. Se sentir uma explosão inominável, aceite. O amor, afinal, é uma roleta russa.