quarta-feira, 25 de março de 2020

Bloodchild, novela de Octavia Butler

Como seria um homem grávido? Como seria sermos mantidos em um "cativeiro seguro" por outra espécie? Como é crescer em meio a isso em outro planeta? A autora não nos dá uma resposta definitiva, mas nos dá sua melhor resposta por meio da narrativa de Gan, o protagonista do conto.

Os seres humanos que conseguiram escapar da Terra se abrigaram em um planeta no qual já havia outra espécie inteligente, e há uma necessidade de compartilhamento até mesmo parasitário para a sobrevivência dessa espécie, os Tlic.

O texto narra um momento na vida da família de Gan, seu convívio com irmão e irmãs e a mãe, sua escolha como favorito pela líder dos Tlic, a busca pelo cumprimento de uma promessa feita no passado e a implicação de Gan nisso tudo. 

É uma história sobre crescimento, maturidade, escolhas, responsabilidade perante a vida, perante a morte. 

Octavia Butler é magistral na narrativa. Ela nos faz presente na pele de Gan, sentimos o que ele sente, respiramos suas angústias, seu desejo, dói na pele aquele tapa dado pelo irmão mais velho. 

Eu recomendo muito a leitura, especialmente porque, para além do apuro estético, Butler nos fala sobre convivência em meio à diferença, sobre a dor do outro e da miséria que somos capazes de impor a nós mesmos.

Ganhador, na categoria novella dos prêmios Hugo, Nebulla e Locus de ficção científica.

Lido no idioma original, no Kindle.
Editora Headline




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