sexta-feira, 5 de abril de 2019

Sonhos Elétricos


Philip K. Dick era há muitos anos, para mim, uma sombra que envolvia Blade Runner. Eu, com pouco menos de dez anos, quando via Blade Runner só para me excitar com a beleza loira de Daryl Hannah, não sabia que esse filme transformaria o que o gênero da ficção científica representa para mim - muito mais do que especulação,  o direito de sonhar pela humanidade, de o indivíduo ir além de seus limites por meio da tecnologia,  de pensarmos em um mundo que não deu certo e em como evitar isso, dentre outras questões.
Li poucos textos de PKD, mas eles têm essas questões que, como disse Nelson de Oliveira, falam de coisas e lugares, mas, essencialmente, de pessoas.
Os textos, os contos do livro Sonhos Elétricos flertam com diferentes gêneros. Parece um livro de contos do Stephen King, mas sem flertar com o terror tradicional. Há sim horror, horror cósmico a la Lovecraft. (Não vi ainda a série do Amazon Prime, mas me pareceu, pelo trailer, que as adaptações foram feitas com uma iluminação otimista, e o tom dos contos é algo mais para o dark/noir).
Só espero que vocês leiam antes de assistir a quaisquer dos episódios.
Ou melhor, não assistam, leiam.

Voltando a Blade Runner, o livro do caçador de ovelhas elétricas é muuuito bom. Ele na verdade serve como uma antecipação ao filme. São textos que dialogam entre si, e o roteiro do filme é excepcionalmente bem escrito.

Pintura de Emily Balivet


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