sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Meu primeiro Dostoyevsky

O primeiro Dostoyevsky a gente não esquece. 
Tô seguindo uma lista de leitura recomendada e vou dar continuidade, porque senti a força da escrita do autor russo, mesmo julgando um pouco pueril esse flerte dele com o Romantismo.


Esse livro foi escrito um ano antes de sua prisão e quase morte por fuzilamento. E ele ainda passou dez anos em degredo. Quero ler seus livros dessa fase, óbvio.

Noites Brancas é uma novela, os personagens aparecem em um determinado ponto e são largados em outro ponto. A estrutura é de uma peça teatral, e com um pé no fantástico - antropomorfização de coisas e bichos. 
Há também um pé no romântico, e os diálogos são um pouco caricatos - tudo é arrebatador pro coração perdido... Não quero dizer com isso que não seja bem escrito, pelo contrário! Dostoyevsky demonstra sua força em construir belas imagens, tanto da alma humana quanto da paisagem em que se encontra o narrador, o Sonhador.

E quanto ao Sonhador, apesar de haver uma vela acesa ao Romantismo aqui, são belíssimas as passagens relativas à sua solidão e sua vontade de compartilhar os momentos vividos e a beleza do seu olhar em relação ao próximo e à cidade que o cerca - a tristeza da cidade também, visto de observada sob a influência dos humores do Sonhador.

(Lido no Kindle, ed. Penguin - Cia das Letras; tradução de Rubens Figueiredo)

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