Uma de minhas melhores lembranças da infância é ter saído do show do Legião Urbana no Geraldão e ir com meu primo Nando e minha irmã Silvinha ao Ilha Burger, na Antônio Falcão.
Pois bem, eu tenho ido correr na praia e noto que a movimentação na dita cuja hamburgueria é alta e constante (sou quase vizinho).
Lá levei, há quinze dias, minha mãe e minha pitéu Valentina. Como já disse, passo por lá sempre, mas não pisava dentro do estabelecimento desde 1992. Para a pequena, pedi um cheeseburger simples, sem verdura, sem molho etc. e um suco de uva. Minha mãe tomou apenas uma coca-cola, e eu pedi um hamburger de calabresa, com molho de hortelã e abacaxi gratinado.
Éramos os únicos clientes no momento.
Foi lamentável.
O caixa, apesar de uma simpatia, me pareceu bastante enrolado. O chapeiro demorou mais de cinco minutos para aparecer e preparar os pedidos. O suco de uva estava amargo, não tinha gosto nem de Frutare e meu suco de mangaba lembrava qualquer coisa, menos a fruta.
Quando os sanduíches chegaram, vi logo que o da minha filha estava com alface, tomate, e uma exagerada dose de maionese. O meu sanduíche, muito gorduroso, também nadava em maionese (era uma vez molho de hortelã).
A única coisa notável é que a carne do hamburger de Valentina (é claro que eu experimentei) tinha um leve gosto defumado. O cozinheiro não usava um daqueles utensílios para pressionar a carne na chapa, mas sim um abafador, o que conferiu um sabor de churrasco à carne.
A Nostalgia muitas vezes vem carregada de ilusão. Tais momentos são irrepetíveis. Repatriar a memória é como trazer alguém do exílio: há assuntos que não devem ser mencionados.
O diletantismo tem dessas coisas. Sem técnica, mas aspirando a um constante aprendizado, sem conhecimento, mas com uma cultura geral bem encorpada, as (re)descobertas nos levam a insólitos caminhos. Temos de enfrentá-los sempre.
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